data-filename="retriever" style="width: 100%;">Defender a honra, a dignidade, a saúde, a vida, a liberdade e o patrimônio dos brasileiros nunca foi, e nunca será, uma missão simplória composta por tarefas fáceis. Se a nós, advogados e advogadas, em algum momento sobrevier lampejo do mais transitório e frugal a querer nos fazer crer ser atividade a demandar menores esforços, desconfiemos! Há algo de errado nos detalhes ou em nossas atenções. E, então, imediatamente, redobremos os nossos cuidados.
Se, do mesmo modo, aos nossos demais compatriotas, parecer o exercício do ofício eivado somente de facilidades e liturgias rituais embasadas em vocábulos e expressões incompreensíveis ao leigo, que entendam, data vênia, estarem rotundamente iludidos.
Para tutelar o tanto e tão importante ali em cima arrolado é preciso mais que disposição, que vontade de trajar ternos e gravatas a adornar pescoços, como saltos afinados e belas vestes femininas que, aliás, não são artigos que ostentamos para embelezar nossas estampas, mas homenagens que dispensamos a que devemos atender, a com quem devemos estar e, mesmo, simbolizar o zelo e o respeito (sim, litúrgico e formal não raras as vezes) aos temas graves que nos são submetidos todos os dias, a todas as horas, por todo o País.
Ao bradarmos por democracia, invocando fatos históricos que forjaram a nossa república, dos benévolos aos malévolos, não estamos a nos jactar de conhecimentos fáticos que julgamos exclusivos nossos, mas clamando à nação à memória, à razão, à analise de causas e efeitos do que todos experimentamos e vivenciamos, estamos experimentando e vivenciando, experimentaremos e vivenciaremos. Tudo sem nunca, jamais, algo impor, mas sempre sugerindo e argumentando.
Quando empunhamos a bandeira do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, em hipótese alguma soerguemos intenções em favor da inadmissível e asquerosa, também para nós, impunidade a beneficiar a quem quer que seja. Estamos, pois, buscando, mesmo por embates acalorados se assim a circunstância nos exigir, por justos julgamentos, adequados ao ordenamento legal se para uma absolvição ou, ainda, se para uma condenação, desde que esta sobrevenha milimétricamente nas proporções antevistas em lei. Nada a mais, nada a menos, pois isto, sim, é Justiça!
Ao exigirmos o espaço de fala, o que prendemos é o emprego da palavra, a materialização do pensamento, do raciocínio, aquilo que, como já compartilhei aqui com vossas senhorias, me parece ser o triunfo da inteligência humana a subjugar e derrotar a força bruta primitiva animalesca e irrefletida.
Nas oportunidades em que exigimos respeito, o queremos a todos, a cada homem e cada mulher, diante da autoridade que seja e que se imponha em abuso e incida em arbitrariedade. Não é somente para nós...
Ao fazer tudo isto, estamos dando a nossa contribuição, aquela que podemos, em exaustão, na senda da construção de uma sociedade decente, pacífica, fraterna, plural e, sobremaneira, justa. E mesmo cientes de que tanto ainda se mostra distante, não esquecemos que, a cada dia, nos aproximamos, ainda que bem pouquinho, deste ideal do qual jamais desistiremos de lutar.
Ao fazermos tudo isto, e ao sermos assim, estamos defendendo e sendo por ti.